A VIDA

Fabrício Carpinejar

Eu estava assistindo ao Jornal do Almoço de segunda (13/7), da RBSTV, e me espantei com o depoimento de um servidor público que perdeu a casa pela enchente em Encantado (RS), a maior da história da cidade, com 180 famílias removidas de seus lares.

O Rio Taquari ocupou a residência inteira com a chuvarada incessante no inverno gaúcho, não há mais onde morar no meio do pico da pandemia. A água levou a televisão, o sofá, a cama, o fogão, a mesinha do almoço, a geladeira, bens materiais que se empenhou para adquirir ao longo de seu suado serviço.

Ele não reclamou, não chorou, não protestou, não estava aflito, mas encontrou gratidão na desgraça:

– Tá bom. Não perdemos a Vida.

A Vida em maiúscula. A Vida como o patrimônio inestimável.

Como alguém em estado muito mais desesperador é capaz de oferecer um corajoso testemunho de empatia, de preservação da saúde, de cuidado desapegado?

Não era isso que deveríamos priorizar em nossa mente no isolamento social? Que o mais importante é a Vida? O resto podemos recuperar. Ainda que leve tempo, teremos tempo para reaver. Tempo é esperança.

A VIDAFabrício Carpinejar Eu estava assistindo ao Jornal do Almoço de segunda (13/7), da RBSTV, e me espantei com o…

Publicado por Fabrício Carpinejar em Terça-feira, 14 de julho de 2020

 






Revista de opinião e entretenimento, sobre temas relacionados ao equilíbrio entre mente corpo e espiritualidade.