Por : Idelma da costa

Ninguém nunca está plenamente satisfeito, por mais que tenham tudo ou tenham de tudo um pouco. Faz parte do ser humano essa sensação de insaciabilidade de querer sempre mais e mais, bem como a necessidade de querer mostrar ser melhor que o outro.

O vazio tem piorado bastante de algum tempo para cá, onde as redes sociais mostram cada vez mais, uma falsa ideia de felicidade que gira em torno dos bens de consumo e assim a mesma tem se perdido em meio as inúmeras opções de escolhas.

Estamos sempre almejando algo e isso é um dos motivadores da vida, bem como um dos fatores para a evolução, pois a partir daí desejamos melhorar sempre.

A competição serve como parâmetro de referência e pode se mostrar saudável quando usada de forma adequada e com moderação. Entretanto, ninguém é igual a ninguém e todos são igualmente importantes para se conseguir chegar ao resultado final. Tudo é relativo e não adianta o filho querer se comparar e competir com o pai; não adianta o aluno querer se comparar e competir com o professor, não adianta o subordinado querer se comparar e competir com o chefe; não adianta julgar o colega com função diferente. São coisas distintas que não tem como comparar, nem como competir e sim como respeitar apenas e isso passa a ser o suficiente.

Se vangloriar ao mostrar que lavou mais copos em menos tempo em comparação com aquele que teve que lavar os pratos com restos de comida e com a sujeira mais pesada não fará diferença alguma a não ser a sensação do dever cumprido. É lógico, que demandará menos tempo e menos esforço e tentar se engrandecer em cima do outro é inócuo, pois são realidades distintas.

O assalariado pode até não ter a roupa de marca, o banquete todos os dias, o estudo avançado, a casa top e o carro do ano, mas pode ter certeza que terá o agasalho que o aquecerá, o veículo que o levará onde quiser, o aconchego da sua casa, a comida que o alimentará e a sabedoria de vida, que guiará seus passos.

Sonhamos muito uma vida inteira e sua realização é o que faz a vida valer a pena, mesmo que seja momentânea. É o que nos faz sorrir, ter esperança e faz com que a vida tenha sentido. Enfim, é o que nos impulsionar a seguir em frente. Sonhar em ter algo ou em fazer algo é normal e saudável, desde que seja de forma equilibrada. Do contrário, a ganância predominará e será prejudicial.

Nossa individualidade nos encaminhará para uma determinada trajetória de vida, por isso é tão importante nos conhecermos bem, para que a caminhada flua naturalmente sem se travar em meios as barreiras e desafios inerentes à vida. O foco não pode se perder em meio às curvas e pedras. É importante sabermos o que queremos para nós e ter uma ideia clara a respeito de como cada anseio acrescentará e influenciará em nossas vidas e se é isso mesmo o que queremos.

A expectativa é bem diferente da realidade, motivo pelo qual temos que ter sabedoria para distingui-las para trilhar no caminho certo, com objetivos claros e determinados, sem nos iludirmos com fantasias que não nos levará a lugar algum a não ser à frustração.

Temos que aprender a cada dia, passo-a-passo, a nos conhecermos melhor para que possamos buscar e conquistar os sonhos e objetivos que realmente façam a diferença em nossas vidas, que nos acrescentará tudo de bom e do melhor e que nos fará viver de forma plena da realidade e não de fantasias e ilusões que tendem a nos deixar insatisfeitos e frustrados.

Será uma questão de tempo, vivência, experiência e acima de tudo maturidade para se viver com plenitude nossa própria vida. O viver a vida alheia ficará sem sentido e o respeito ao próximo se predominará. Como consequência, seremos gratos. Gratidão é tudo no imenso universo do nada sei.

 






Revista de opinião e entretenimento, sobre temas relacionados ao equilíbrio entre mente corpo e espiritualidade.